Vi hoje em um dos Supermercados Cidade Canção um cartaz de que o mercado abrirá aos domingos das 9 às 14 horas e fiquei a pensar: "o que a ganância faz sobre os trabalhadores". Estes trabalham a semana inteira, talvez até sem tempo suficiente para alimentação adequada visando atender os desejos dos empresários, com um comércio que fica aberto até 21h30 ou 22 horas - sem dizer que após o fechamento dos mercados ocorrem as reposições de mercadorias e a faxina - e agora também abrindo aos domingos.
A defesa dos empresários pode se dá pela afirmativa de que não é exploração sobre os trabalhadores. No entanto, nos parece que para se manterem no emprego, os trabalhadores se calam diante do que lhes impõem. Alguns podem dizer que é uma prática antiga e faz parte da cultura. Que cultura? Cultura ou ambição desde a Revolução Industrial, já denunciado por Marx e Engels?
De uma realidade todo trabalhador sabe – entre eles, eu. Aqueles que não aceitam, resistem, questionam ou não se submetem, são demitidos ou forçados a se demitirem e tal prática faz parte de todos os setores do comércio e indústria, no campo e nas cidades. Devem partir do princípio de que faz parte das regras do jogo que milhares de desempregados aguardam "oportunidades de emprego" em filas intermináveis (mão-de-obra de reserva ou "exército de reserva" para os setores comerciais e industriais.
Não é exploração? As horas trabalhadas aos domingos são extras ou farão parte de banco de horas?
Uma coisa é certa: fiquei indignado com aquele cartaz e, olhando para os funcionários (caixas, repositores, fiscais, balconistas, padeiros, açougueiros...) fiquei a pensar o quanto eles também devem estar.