31 de janeiro de 2022

O SILÊNCIO


O silêncio me faz pensar
Me conduz a filosofar
Ouço o cantar dos pássaros
Não pergunte a forma meus caros.

Mesmo no trabalho o silêncio favorece
Escrevo mais e tudo se enriquece
O barulho prejudica a concentração
O silêncio evita estres e saturação.

Se pensas que o silêncio atrapalha
Evite o barulho como muralha
Exercite o silêncio sempre que possa
O barulho leva você à fossa.

Alguns dizem que a música ajuda
O silêncio concentra mais e desnuda
Já experimentei a música e me desconcentrei
No silêncio maturo a realidade, mudanças avisarei.

Elias C. Brandão - 31/01/2022

30 de janeiro de 2022

ACIDENTE


Nada mais indesejável que um acidente
Mais ainda quando envolve a gente
Desnorteia qualquer prudente
E fragiliza até o mais resistente.
Aquele que se acha bom na rodovia
Abusa pensando ser dono da ecovia
Causa acidente também na ciclovia
Depois meus sentimentos, comovia.
A dor de acidente é interminável
Qualquer coisa próxima do incontrolável
Dói o corpo, a alma, inexplicável
Não desejo ao pior abominável.
Elias C. Brandão - 30/01/2022

29 de janeiro de 2022

PRESSA


Não tenho pressa de chegar
Quero apenas trafegar
Sem risco de escorregar
Também chego devagar.
Na rodovia, muitos apressados
Sem falar nos estressados
Alguns ficam acidentados
Sem contar os engessados.
Apressados que fecham
Irresponsáveis que se acham
Alguns sem pressa, marcham
E há os que se esculacham.
São muitos os que fazem loucuras
Acidentam-se com as travessuras
Na polícia negam as aventuras
Quem nada tem a ver, as ranhuras.
Elias C. Brandão - 29/01/2022

Esse poema é resultado de 13 horas na rodovia na sexta-feira, dia 28/01, entre a Enseada de São Francisco do Sul/SC e Maringá/PR, e alguns acidentes no percurso.

28 de janeiro de 2022

CRIANÇA


Criança feliz é criança brincando
Os coleguinhas incitando
Sorrindo ou gritando
Caindo e se machucando.
Brincando com boneca ou areia
Na fazenda ou aldeia
Vida e alegria permeia
Nas brincadeiras de sereia.
Brincadeira de boneca ou futebol
Alguns brincam de voleibol
Pouquíssimos de beisebol
Sem idade pra pescar de anzol.
Criança não deve trabalhar
O ECA não pode falhar
Trabalho forçado, retalhar
Deve brincar e gargalhar.
Passa rápido o tempo de criança
Defende-las é a cobrança
Pois na criança nossa fiança
Da transformação e mudança.
Elias C. Brandão - 28/01/2022

27 de janeiro de 2022

ÁGUA É VIDA


Água é bom pra brincar
Mas não é bom abusar
É ótimo pra pescar
Péssimo se afogar.
Excelente para remar
E também se refrescar
Mas evite se arriscar
Antes, procure se informar.
Seja a água do oceano
Que espaço soberano
Profundas ou rasas, mano
Respeita-lo, não seja insano.
Sejam águas de um rio
Em tempo quente ou frio
Abusar muda o cenário
Tornando-se um calvário.
Água é e possibilita vida
Vida não colorida
Mata a sede de quem duvida
Melhor ainda bem servida.
Elias C. Brandão - 27/01/2022

26 de janeiro de 2022

VANDALISMO


Há comportamentos humanos
Que na prática são desumanos
Comportamentos insanos
Achando-se soberanos.

Picham o público e o privado
Típico de animalizado
Vandaliza-se o que é preservado
E não sobra nem o reservado.

São práticas impensadas
Mas muitas são planejadas
Socialmente indesejadas.

Que soubessem preservar
Nada mais vandalizar
E o mundo mudar.

Elias C. Brandão - 26/01/2022

25 de janeiro de 2022

VISUAL DE PRAIA


Vemos seres de todos os jeitos
Homens com falta de respeito
Magros com cabelos no peito
Som alto agredindo nossos direitos.
Vê-se pai bravo com o filho
Criança com lágrima no brilho
Mãe comprando milho
E ninguém enxerga o andarilho.
Abelhudos avançando ondas
Salva vidas fazendo sondas
Bebidas que descem redondas
E policiais fazendo rondas.
Ouve-se o barulho do vento
Gente sorrindo, outros nem comento
Pois até na praia parece rabugento
Conto o que vejo, não invento.
Elias C. Brandão - 25/01/2022

24 de janeiro de 2022

AMBULANTES


Ambulantes de todas profissões
Com sotaques de todas as regiões
Do norte ao sul são as expressões
Nas ruas, praias e nas diversões.
Ambulantes de redes e colares
Correntes e celulares
Brincos e similares
De roupas quadrangulares.
Ambulantes de coco e cotonete
Guarda sol e pochete
Salgadinho e cotonete
Sorvete, castanha e canivete.
Vendendo cerveja, geladinho a caipirinha
Tarde, meio dia e manhazinha
Alguns também vendem almofadinhas
Além de uma ótima raspadinha.
Muitos nem assegurados são
Vivem a vida em tensão
Um dia de cada vez, a expressão
Futuro inserto, a submissão.
Elias C. Brandão - 24/01/2022

23 de janeiro de 2022

OSTENTAÇÃO


Quando ficamos atentos
Vemos muitos avarentos
Que só vê o faturamento
Esbanjando proventos.
Na empresa se aparece
A ninguém favorece
Com o simples se aborrece
Sobre dinheiro se apodrece.
Na rua faz racha
Todo dia se acha
Quando não se esborracha,
Precisa de bombacha.
Ostenta-se de trike e caiaque
Comporta-se pensando em saque
No dinheiro se acha craque
Na vida boêmia, ataque.
Nem só quem tem dinheiro ostenta
Há pobres pimentas
Comporta-se de forma nojenta
Gabando-se com uma nota de cinquenta.
Ostentação é prática deplorável
Comportamento nada admirável
Quem pratica, execrável
Frente a frente, insuportável.
Acha-se dono do pedaço
Na vida é um embaraço
Provoca muitos estardalhaços
Quando não se mete no bandidaço.
Não sabe o bitolado
Que na privada é despojado
Só se acha exacerbado
Mas no fundo é aloprado.
Elias C. Brandão - 23/01/2022

22 de janeiro de 2022

MST - 38 ANOS


Trinta e oito anos de MSTe
Movimento de luta, resistente
Organizado e independente
Na conquista da terra, intransigente.
Em vinte e dois de janeiro
O Movimento se tornou pioneiro
Com trabalhadores e não baderneiros
Boias frias, sem terra e carpinteiros.
São sulistas, paulistas e nordestinos
Nenhum trabalhador é clandestino
Povo de garra, lutador, latinos
Valoriza a luta, e a terra é o destino.
Fundado em oitenta e quatro
O Movimento não é anfiteatro
Não faz da Reforma Agrária um teatro
Sobre a terra não pratica idolatro.
Avante na luta grande Movimento
Onde ameaça não é constrangimento
Prioridade são os assentamentos
Trabalhadores assentados, o faturamento.
Elias C. Brandão - 22/01/2022

21 de janeiro de 2022

PRAIA


Há aqueles que ao praiar
Gostam de se bronzear
Outros só descansar
Mas alguns, se queimar.
Verão é período de calor
Praia para todos e para o tricolor
Muitos ficarão vermelho como flor
Sofre também o que se acha indolor.
Praia e água gostam de amador
Aquele que na vida é difamador
Entre eles o blasfemador
Para vence-las, seja um bom nadador.
Na multidão há os que se arriscam
Pulas as ondas, as profundezas ciscam
Correm risco e se beliscam
Brigam com ondas, triscam.
Praia é para descansar e curtir
Viver as férias, se divertir
Apreciar a natureza e refletir
Descansado, retornar, partir.
Elias C. Brandão - 21/01/2022

20 de janeiro de 2022

SOL


Não há nada mais escaldante
O sol queimando de forma constante
Deixando a pele um tanto irritante
Necessitando de creme hidratante
O sol do trabalho diário
Que cedo madruga como estagiário
Meio do dia se fixa no intermediário
A tarde se reclusa bem solitário.
Na praia, o sol queima, descasca
O atingido solta até a lasca
Reclama e pensa no Alasca
Mas por dias não sai da desenrasca.
O camponês já é mais preparado
Convivência diária com o sol e o arado
Roupa adequada não o deixa azarado
Meio dia descansa do sol apurado.
Mas o sol dá vida aos planetas
Sol que nunca reclama, nem se vê de veneta
Dá visão ao espaço e aos cometas
Vitamina D para todo perneta.
Sol que cresce o arroz e o feijão
Que da vida à floresta e ao mamão
A todo animal, inclusive o leitão
Sem falar do delicioso requeijão.
Este sol quero ter todo dia
Que o queimado procure arredia
Na parceria do sol temos a moradia
Vida longa, saúde e toda ousadia.

Elias C. Brandão - 20/01/2022

19 de janeiro de 2022

FAVELA


Quem pensa que favela é problema
Precisa tirar as próprias algemas
Desapegue-se de seu sistema
Visite uma, faça um telefonema.

Na favela pode morar a sua babá
Aquela que faz seu suco de goiaba
Que sem saber você gaba
E mora na favela Capixaba.

Da favela temos os melhores padeiros
Com o pão farteando o fazendeiro
Alimentando o soldado brigadeiro
Que desvalorizam o trabalhador ordeiro.

Mulheres babás de filho da madame
No trabalho não dão vexame
Faz os serviços sem nenhum reclame
Limpa a casa e passa o pijame.

Quando será que o rico dar-se-á conta
Que em favela está quem canta
De qualquer trabalho não se amedronta
E por reconhecimento luta e labuta.

Elias C. Brandão - 19/01/2022

18 de janeiro de 2022

CONFIANÇA


Duas experiências me fazem não confiar
Em um pedinte mesmo a necessitar
Já enchi um tanque pensando ajudar
Usou a sogra como forma de ludibriar.

Noutra parada anos mais tarde
O mesmo pedinte sem nenhum alarde
Me aborda usando a sogra, covarde
Me espere um pouco, me aguarde.

Observei que o pedinte era o trapaceiro
Inventar história, era parte do lamaceiro
Quem não cai na lábia de um faceiro?
Usando a família na trapaça, carniceiro.

Atitudes assim faz perder a confiança
E o que necessita se prejudica, dança
Precisa de apoio e sofre a vingança
Pois um trapaceiro usou da vadiança.

Essa história aconteceu com o poeta
Encheu um tanque em forma de coleta
O trapaceiro com discurso de profeta
Enganou e vazou de forma discreta.

Mas não dá para nivelar os pedintes
Precisamos ser um bom ouvinte
Questionar a situação do "contribuinte"
Pois pode necessitar de uma ajuda de vinte.

Elias C. Brandão - 18/01/2022